Capacidade de sequestro de CO2 se mantém após 30 a 40 anos da adoção de sistemas conservacionistas de manejo • Marcos Santos/USP Imagens

O cooperativismo é uma das estratégias mais eficazes de organização produtiva na cidade e no campo. Em reconhecimento à sua importância para o presente e o futuro global, 2025 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional das Cooperativas. No interior de São Paulo, esse modelo assume papel ainda mais relevante: conecta pequenos e médios produtores a mercados antes inacessíveis, à tecnologia de ponta e, no que diz respeito à gestão paulista, ao acesso ampliado a políticas públicas voltadas para capacitação, competitividade e desenvolvimento sustentável. Com essa visão, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo tem fortalecido, de forma decisiva, sua parceria institucional com a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp).

Com 181 cooperativas agropecuárias ativas e mais de 165 mil produtores cooperados, São Paulo é referência nacional em organização coletiva no campo. Essa força impulsiona a economia, agrega valor à produção, distribui renda e valoriza o trabalho no interior. Detentor da maior diversificação de culturas do País, o agro paulista alia produção de alimentos e forte presença nos mercados internacionais. Mesmo representando apenas 3% do território nacional, o estado responde por cerca de 20% das exportações do agronegócio brasileiro — conquista em que o cooperativismo tem papel determinante.

Em junho último, por meio da Resolução SAA nº 41², a Secretaria instituiu a Diretoria de Cooperativismo e Associativismo, com estrutura dedicada exclusivamente a preservar e desenvolver políticas públicas voltadas ao setor. Essa iniciativa permite não apenas escuta qualificada e diálogo contínuo com as cooperativas, além da perenidade das iniciativas já eficazes, mas também a formulação de programas mais efetivos, condizentes com as demandas reais dos produtores.

As ações já em curso refletem esse novo momento. Neste ano, o Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS) passou a incluir o café entre os produtos da agricultura habilitados a compras públicas. Só em 2024, foram R$ 21 milhões destinados à compra direta de produtos da agricultura familiar em 2024. Com a entrada do café, a expectativa é de que R$ 10 milhões sejam destinados exclusivamente a pequenos e médios cafeicultores e suas cooperativas.

Na mesma direção, iniciativas como o Plano Estadual de Irrigação Sustentável (Irriga + SP), o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e os financiamentos do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP) têm buscado incorporar as cooperativas como agentes estratégicos de implementação e capilarização. O programa Pró-Trator SP, que financia máquinas e implementos agrícolas com juros pela metade, passou a aceitar bancos de cooperativas como parceiras operacionais, ampliando o alcance a mais produtores e a agilidade das operações. Até o momento, os bancos de cooperativas Sicredi, Sicoob e Cresol já estão habilitados a operacionalizar por meio da subvenção do FEAP. Estamos preparando, ainda, um chamamento público para a inclusão das cooperativas de produtores rurais no programa Pró-Trator.

Essa atuação integrada reforça nossa convicção: o cooperativismo é mais do que um modelo econômico; é um projeto contínuo de desenvolvimento. Por isso, seguiremos apostando em parcerias estratégicas, como a feita com o Sistema Ocesp, que combina visão técnica, capilaridade e representatividade para que o estado possa atender de forma mais eficaz e próxima as necessidades do setor.

Como gestor público e produtor rural, acredito que é com base na cooperação, na valorização das vocações locais e na escuta ativa dos agentes do campo que construímos um agro mais forte, justo e preparado para o futuro. O cooperativismo paulista é protagonista dessa transformação – e a Secretaria de Agricultura estará sempre ao seu lado.

Fonte. https://www.cnnbrasil.com.br/forum-opiniao/cooperar-para-um-agro-mais-forte/