Desmatamento cai 11% na Amazônia e no Cerrado
Ministra diz que será difícil alcançar em 2026 mesma queda de desmatamento deste ano
A duas semanas da COP30, que acontecerá no Brasil, o governo anunciou nesta quinta-feira (30/10) que o desmatamento caiu 11,08% e atingiu 5.796 km², somente na Amazônia no Brasil. No Cerrado, também houve queda – de 11,49%, para 7.235 km².
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), esse é o quarto ano consecutivo de quedas de desmatamento na região amazônica e a menor taxa de desmatamento em 11 anos.
Os dados se referem ao período de 1º de agosto de 2024 a 31 de julho de 2025, e são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), principal indicador oficial do país, produzido pelo Inpe.
Nesse intervalo desde agosto do ano passado, do total de área desmatada somente na Amazônia, 60% foi de desmatamento por degradação progressiva, o equivalente a 3.593 km². E outros 38% são de corte raso (2.203 km²).
Na região amazônica, o Estado que mais contribuiu, em área, para o índice de desmatamento, foi o Pará, que registrou uma diminuição de 12,40% de área desmatada nesse período. O único Estado que registrou aumento de desmatamento foi o Mato Grosso, polo do agronegócio brasileiro, com alta de 25,05% de área desmatada.
Já no cerrado, o Maranhão deu a maior contribuição para a queda nos índices de desmatamento nesse intervalo, como uma redução de 19% na área desmatada.
Governo comemora
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comemorou os resultados de redução de desmatamento alcançados no Brasil neste ano, mas admitiu que será difícil atingir em 2026 o mesmo índice de quedas divulgado hoje pelo governo.
“No ano que vem teremos que ter o mesmo resultado [de 2025]. Sei que vai ser difícil, mas temos esse desafio”, afirmou a ministra, durante a divulgação dos dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), principal indicador oficial do país.
Marina disse ainda que 2026 terá o componente eleitoral, em que geralmente há “tensão” entre grupos políticos. E, advertiu que independentemente de correntes conservadoras ou progressistas, que é preciso afastar o negacionismo das discussões ambientais e climáticas.
“Geralmente em períodos eleitorais, há uma pressão dos grupos contrários às ações de combate ao desmatamento, à criminalidade. As visões negacionistas que tendem a pressionar muito politicamente”, afirmou.
Segundo a ministra, os esforços de investimento em tecnologia, combate a desmatamentos e incêndios e políticas públicas seguem sendo feitos para que não haja descontinuidade da trajetória descendente do desmatamento no Brasil.
“Cada vez mais estamos investindo na mudança do modelo de desmatamento. Quando você disponibiliza essas áreas que não são mais desmatadas, quando você faz programas como florestas produtivas em assentamento, investe na bioeconomia, por exemplo, está reduzindo desmatamento”, acrescentou.
“Pelo desmonte do plano de proteção e controle e desmatamento que houve antes do nosso governo, nem nos melhores sonhos jamais imaginaria que chegaríamos a redução de 50% de desmatamento na Amazônia em comparação a 2022.”
Apesar de o indicador do Prodes ser voltado apenas para os biomas Amazônia e Cerrado, Marina também adiantou que os dados de desmatamento sobre o Pantanal ainda estão sendo consolidados, mas ela também espera que eles sejam bons.
Já o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, comentou que se não fosse a crise atípica dos incêndios florestais constatados no ano passado, o desmatamento na Amazônia poderia ter registrado uma queda de 30%.
“A queda [do desmatamento] continua. Não fechamos o dado de outubro ainda, mas na Amazônia tivemos já queda de 40% no ano em comparação ao ano anterior. Continuamos numa espiral positiva”, ressaltou.
Fonte. https://globorural.globo.com/especiais/fazenda-sustentavel/noticia/2025/10/desmatamento-cai-11percent-na-amazonia-e-no-cerrado.ghtml
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