Empresários, advogados e servidor viram réus por esquema no TJ
Eles respondem pelos crimes de organização criminosa, estelionato e peculato
A juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, aceitou a denúncia contra um grupo de 11 pessoas – dentre advogados, empresários e servidor, acusados de envolvimento no suposto esquema de desvios de R$ 21 milhões do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
São réus: o empresário João Gustavo Ricci Volpato, a mãe dele, Luiza Rios Ricci Volpato e o irmão, Augusto Frederico Ricci Volpato; os advogados Wagner Vasconcelos de Moraes, Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes, Themis Lessa da Silva, Régis Poderoso de Souza, Rodrigo Moreira Marinho, João Miguel da Costa Neto, Denise Alonso e Mauro Ferreira Filho (também servidor do TJMT).
Eles respondem pelos crimes de organização criminosa, estelionato e peculato.
A denúncia foi ofertada pelo Ministério Público do Estado, através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), no âmbito da Operação Sepulcro Caiado, deflagrada em julho passado.
Agora, as partes deverão apresentar defesa nos autos contra os fatos narrados pelo MP.
A decisão não foi divulgada, uma vez que o processo tramita em sigilo.
Entenda mais o caso
Os fatos foram descortinados com a Operação Sepulcro Caiado, deflagrada em julho passado. O caso veio à tona após a investigação em uma ação em que a vítima teria uma dívida de R$ 17 mil com João Gustavo Volpato. O crédito, no entanto, se transformou em várias ações judiciais, que somadas chegaram a mais de R$ 680 mil.
De acordo com a denúncia, o esquema teria sido liderado por João Gustavo Ricci Volpato. A empreitada consistia no ajuizamento de ações de cobrança e, sem o conhecimento das partes rés, simulava a quitação da dívida via depósito judicial, juntando aos autos comprovantes de pagamentos falsificados.
Luiza Rios Ricci Volpato, na condição de advogada, teria atuado como sócia do filho João Gustavo na RV Empresa de Cobrança Ltda-ME, utilizada em ação movida contra uma vítima civilmente incapaz.
Augusto Frederico Ricci Volpato é apontado como sócio da Labor Fomento Mercantil Ltda-ME, empresa que teria sido usada no esquema.
Por sua vez, Mauro Ferreira Filho, servidor do TJMT, é acusado de elaborar planilhas fraudulentas para simular os depósitos relativos à Conta Única, permitindo a expedição de alvarás judiciais indevidos contra a Conta Única do Tribunal.
Já Wagner Vasconcelos e Melissa França, como sócios de um escritório de advocacia, atuaram como procuradores de João Gustavo Volpato nos processos fraudulentos.
Quanto a Themis Lessa, o MP atribuiu ao advogado a atuação em 10 dos 17 processos analisados. Ele teria representado falsamente contra as vítimas nas ações de cobrança.
Por sua vez, Regis Poderoso aparece como procurador das vítimas em cinco processos alvos da investigação.
João Miguel da Costa Neto e Rodrigo Moreira Marinho também aparecem como advogados em outros processos, nos quais as vítimas negaram ter constituído poderes a eles para representá-las.
Na denúncia, Denise Alonso é acusada de fornecer sua conta bancária para receber valores ilícitos levantados por meio de alvarás judiciais.
Fonte. https://www.pontonacurva.com.br/justica-estadual/empresarios-advogados-e-servidor-viram-reus-por-esquema-no-tj/29948
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