Peixe teve o menor aumento de preço entre as proteínas neste ano
Entre as carnes, consumo de peixes foi o que mais cresceu em 2024, aponta pesquisa
Um estudo da Scanntech, empresa de inteligência de mercado, apontou que o peixe foi a proteína que teve o menor aumento de preço e o maior crescimento em consumo no Brasil de janeiro a setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2024. O preço dos peixes subiu 2,1%, enquanto a carne bovina teve alta de 24,1%, a suína aumentou 21,2%, o frango teve alta de 12,9% e o ovo, a proteína mais barata, subiu 11,9%.
Em volume, as vendas de peixes subiram 8,2% no comparativo com 2024, o ovo teve aumento de 5,4% e o frango, 3,3%. Já a carne bovina registrou um consumo 5,6% menor e a suína caiu 2,4%.
Priscila Ariani, diretora de marketing da Scanntech, empresa que coleta informações em tíquetes de vendas em supermercados de mais de 3.000 municípios, disse que o aumento do consumo de determinada proteína geralmente está ligado ao preço.
"O aumento de preços da carne bovina e da suína leva o consumidor a buscar outras alternativas de proteína. O consumo de peixe teve uma impulsão após o tarifaço, mas esteve em alta durante todos os meses do ano, com exceção de fevereiro e julho", destaca.
Segundo Priscila, o brasileiro está seguindo uma tendência mundial de buscar alimentos mais saudáveis e as proteínas como peixe, ovos e frango, que têm menos gordura, estão em alta.
Tilápia
O estudo da Scantech destaca ainda o crescimento no consumo da tilápia, que representa mais de 40% do total do segmento peixaria, que incluí as categorias de bacalhau e frutos-do-mar. No ano passado, a tilápia representou 40,4% no volume de peixes comercializados nos supermercados e, neste ano, o percentual subiu para 44%. Apenas nas regiões Nordeste (28,8%) e Norte (4,2%), a tilápia tem representatividade menor entre os peixes comercializados
Com preço médio de R$ 39,40 o quilo para o consumidor, a tilápia teve um aumento de 32,9% no volume vendido e 21,8% no preço. Para comparar, o salmão com preço médio de R$ 88,06 perdeu 5,7% em volume e ganhou 6% em faturamento. No caso do peixe mais barato, a sardinha, houve um aumento de 6,2% no preço e uma queda de 0,4% no volume.
Segundo dados do Centro de Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as cotações da tilápia tiveram forte alta em outubro devido à redução da oferta por falta de alevinos para o repovoamento.
Juliano Kubitza, diretor da Fider Pescados, uma das maiores produtoras de filés de tilápia no país, concorda. Segundo ele, a espécie teve uma queda de preços ao longo do ano por muita oferta seguida de tarifaço e nesse momento vive um cenário de bastante alta. Isso ocorre, diz, porque houve um acúmulo de peixes grandes no primeiro semestre e, depois que esses estoques giraram, há uma queda de oferta nas praças produtoras, o que fez os preços subirem mais de 10% em um mês.
"A exportação para os Estados Unidos deixou de ser uma opção boa para o Brasil e os volumes exportados para esse destino caíram mais de 70%. O mercado interno, no entanto, é muito pouco explorado ainda. Temos espaço para um grande aumento no consumo per capita de tilápia", afirma.
Para Ramon Amaral, CEO da Brazilian Fish, de Santa Fé do Sul (SP), o cenário de preços para o produtor, “que só teve prejuízo neste ano”, estava começando a se inverter agora, mas a inclusão da tilápia entre as espécies invasoras e a autorização para importação de filé de tilápia do Vietnã deve “arrebentar” com a produção brasileira.
“Estou há 18 anos no mercado de tilápia, mas acho que em 24 meses não vai ter mais nenhum produtor de tilápia no país.”
Fonte. https://globorural.globo.com/pecuaria/peixe/noticia/2025/11/peixe-teve-o-menor-aumento-de-preco-entre-as-proteinas-neste-ano.ghtml
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