Aluguel avança, mas terceirização de máquinas segue vantajosa na colheita
Levantamento da CNA mostra que o uso de máquinas próprias ainda predomina no plantio e na pulverização
Embora o aluguel comece a ganhar espaço no uso de máquinas agrícolas, o modelo de terceirização de serviços continua sendo o mais competitivo quando se fala de colheita. Segundo o estudo “Máquinas Agrícolas — Alugar, Comprar ou Terceirizar?”, divulgado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com a Agroconsult e o Projeto Campo Futuro, em todas as 12 regiões analisadas, o uso de empresas prestadoras de serviço resultou em melhor rentabilidade do que a aquisição de colheitadeiras próprias ou o aluguel dos equipamentos.
A explicação está na alta imobilização de capital exigida para compra e na baixa utilização anual dessas máquinas — cuja janela operacional é curta. O relatório aponta que, mesmo com juros subsidiados, a terceirização manteve-se mais vantajosa economicamente.
“A terceirização se consolida como a opção mais eficiente para a colheita, especialmente em regiões onde o uso do maquinário é sazonal e a depreciação pesa mais no custo total”, diz o documento.
Plantio e pulverização
Já nas operações de plantio e pulverização, o modelo de frota própria segue predominante. Nessas etapas, o uso intensivo das máquinas ao longo da safra — e em muitos casos também na segunda safra — faz com que o investimento em equipamentos próprios ainda seja financeiramente mais atrativo.
As exceções aparecem em regiões com menor aproveitamento operacional das máquinas, como Campos Gerais (PR), Planalto e Alto Jacuí (RS) e Leste de Goiás, onde a terceirização superou a compra em termos de retorno. “A decisão varia conforme a intensidade de uso do maquinário e o número de operações por ciclo agrícola”, observa o relatório.
O estudo comparou os três modelos — compra, terceirização e aluguel — em áreas que concentram mais de 80% da soja cultivada no país, incluindo Mato Grosso, Goiás, Bahia, Maranhão, Piauí, Tocantins, Rio Grande do Sul e Paraná.
No Centro-Oeste, o uso intensivo das máquinas favorece a frota própria, mas a terceirização da colheita vem crescendo. Já nas regiões Sul e Matopiba, a combinação de áreas menores e janelas mais curtas tende a impulsionar tanto a terceirização quanto, em menor escala, o aluguel.
Custos
A CNA calculou que os gastos com máquinas e depreciação representam 17% do custo operacional total (COT) dos produtores de grãos. Essa fatia, somada aos aumentos expressivos no preço das máquinas nos últimos anos e ao encarecimento do crédito, reforça a busca por modelos que reduzam a imobilização de capital.
Fonte. https://globorural.globo.com/maquinas-agricolas/noticia/2025/11/aluguel-avanca-mas-terceirizacao-de-maquinas-segue-vantajosa-na-colheita.ghtml
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