A oficialização da pré-candidatura do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) ao Senado por Santa Catarina na eleição de 2026 provoca uma divisão no campo da direita que pode rachar a base para a reeleição do governador, Jorginho Mello (PL).
O PL tem um acordo com o Progressistas para cada partido lançar um nome ao Senado —vagas que seriam da deputada Carol de Toni (PL) e do senador Espiridião Amin (PP). E a direita precisa encaixar outra peça: o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), pré-candidato ao governo.
Um político importante disse à coluna que o xadrez eleitoral tem uma solução: rifar a candidatura de Carol de Toni ao Senado para ela se reeleger deputada; fazer coligação com as vagas do Senado para Carlos Bolsonaro e João Rodrigues —e, com isso, trazer ele para o grupo e evitar a disputa pelo governo. Espiridião Amin sairia como vice na chapa de Jorginho Mello.
Mas Carol de Toni tem força para brigar pelo Senado e, para isso, pode mudar de partido. Nos últimos dias, ela bateu de frente com os irmãos Carlos e Eduardo Bolsonaro, com mobilização de seus aliados nas redes sociais e prefeitos gravando vídeos de apoio ao seu nome para o cargo.
"Isso vai rachar a base do Jorginho Mello, porque ele tinha outros planos para o estado. Vai ter que abrir mão de algum aliado. E quem ficaria de fora da disputa?", diz Felipe Nunes, diretor da empresa de pesquisa Quaest.
Ele diz que o racha na direita pode fortalecer a esquerda em Florianópolis, "que é significativa", e, com isso, "dificultar bastante a vida dessa turma".
"É mais complicado do que parece. A entrada do Carlos [na disputa local] parecia, de fora para dentro, mais fácil do que na verdade está se concretizando.".
Bolsonaristas em Santa Catarina
A Quaest pede para o eleitor se identificar nas pesquisas com um de cinco grupos: lulista; esquerda não lulista; independente; direita; direita bolsonarista.
"No Brasil como um todo, o lulismo está próximo de 18%; esquerda, 15%; independentes, 31%; direita, 22%; e o bolsonarismo, 13%. Mais ou menos isso. Ou seja: a direita é maior do que o bolsonarismo, e o lulismo, maior do que a esquerda."
Santa Catarina, no entanto, é o estado com maior presença de eleitores bolsonaristas no Brasil, assim como Rondônia, diz Felipe Nunes.
"Quando a gente faz essa mesma conta em Santa Catarina, o bolsonarismo é muito maior. É o estado com maior percentual de bolsonaristas no Brasil."
Essa proporção, diz ele, justifica a aposta de Carlos Bolsonaro em se lançar senador pelo estado.
"É um estado fundamental para a direita. Eles precisam ganhar com 80% contra o Lula. E tem que estar unido; se dividir, é bom para o Lula", diz o diretor da Quaest.
Fonte. https://noticias.uol.com.br/colunas/leticia-casado/2025/11/17/carlos-bolsonaro-racha-santa-catarina.htm
Faça um comentário
Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados.