Professor do IFMT é afastado após ser acusado de gravar alunas
Vítimas de 15 a 17 anos relataram fotos, vídeos e até ereção durante aulas; há pelo menos 8 vítimas
O professor de educação física do IFMT, campus Cuiabá, identificado pelas iniciais I.D.S., de 56 anos, foi afastado nesta terça-feira (30), após denúncias de que teria importunado sexualmente pelo menos 8 alunas dos cursos de Edificação e Agrimensura. As vítimas têm idades entre 15 e 17 anos.
Se sentia incomodada com o comportamento do professor, pelo jeito asqueroso que ele olhava para as alunas
Dois boletins de ocorrência foram registrados sobre o caso, um citou 5 vítimas e o outro mais três. O caso é investigado na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) da Polícia Civil.
Segundo um dos boletins, registrado na sexta-feira (26), os pais das vítimas ouviram das filhas que “o professor de educação física estaria filmando as alunas durante as aulas sem autorização e de maneira anormal”, diz trecho do documento.
Ainda segundo o documento, quando alguém aparecia perto, ele “se sentia intimidado e abaixava o aparelho”. Um aluno afirmou ter visto no celular do professor enquanto ele “filmava as meninas dando ênfase nas partes íntimas delas".
“Que as vítimas tinham a sensação que o mesmo estava filmando ou tirando fotos da bunda, ou observando de maneira sensual enquanto as meninas se arrumam para entrar na piscina”, diz outro trecho do documento.
Uma das vítimas afirmou ter visto o professor pedir a uma colega que estava de calça legging para na próxima aula vir de “shortinho curto”, o que causou estranhamento. Outra aluna disse ter visto o professor em sala de aula com “ereção”.
No outro boletim de ocorrência, os pais das vítimas citaram que o professor teria tirado fotos das menores e postado as imagens no Instagram, sem o consentimento dos responsáveis legais. Segundo o relato, uma das vítimas também teria visto que durante uma aula o professor estava “excitado sexualmente”.
Depoimento na PF
A mãe de uma das vítimas chegou a prestar depoimento sobre o caso na Polícia Federal, na segunda-feira (29), e informou que há cerca de duas semanas reparou uma mudança no comportamento da filha, que recentemente “começou a demonstrar uma agressividade e irritabilidade” com ela e os irmãos.
A mãe relatou que foi acionada na instituição pela coordenadora, na última sexta-feira (26), e lá ficou sabendo sobre as denúncias contra o professor. Segundo ela, a filha disse que não sabia se havia sido filmada, mas que se “sentia incomodada com o comportamento do professor, pelo jeito asqueroso que ele olhava para as alunas”.
No depoimento, a mãe relatou que, até então, o professor não havia sido afastado das atividades, mesmo que na reunião tenha sido informado o recebimento de cerca de 30 denúncias de alunos. A Polícia Civil, no entanto, não confirmou a quantidade de possíveis vítimas do caso.
Outro lado
Em nota, o IFMT afirmou que acompanha o caso e que abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o professor. Ele foi afastado das funções até as conclusões das investigações.
Leia a nota:
Acerca dos fatos ocorridos no Campus Cel. Octayde Jorge da Silva, na última sexta-feira (26/09), o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) informa que está acompanhando a situação junto às famílias envolvidas. A Coordenação de Assistência Estudantil (CAE) do Campus recebeu a denúncia contra o docente e adotou imediatamente os protocolos institucionais, que incluem: encaminhamento dos pais/responsáveis à Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) e abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
O servidor foi afastado nesta terça-feira (30 de setembro) para o andamento dos processos internos. O IFMT manterá o apoio às famílias e conduzirá a investigação interna, sob responsabilidade da Corregedoria, para apuração detalhada dos fatos.
A instituição reforça seu compromisso com a atuação proativa e rigorosa na apuração de irregularidades, assegurando a devida responsabilização e a preservação da integridade do serviço público. O IFMT destaca, ainda, que denúncias ou informações relacionadas a má conduta ou irregularidades devem ser registradas junto à Ouvidoria, por meio da plataforma Fala.BR.
Fonte. https://www.midianews.com.br/policia/professor-do-ifmt-e-afastado-apos-ser-acusado-de-gravar-alunas/504514
Faça um comentário
Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados.