O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Edson Fachin, participou nesta sexta-feira (3) do 25º Congresso Nacional dos Magistrados Brasileiros, que reúne mais de dois mil juízes e juízas de todo o país para discutir temas relevantes para o Poder Judiciário. Em palestra no congresso, o ministro defendeu que a magistratura se aproxime cada vez mais da população brasileira, com a escuta necessária e ações voltadas para quem recorre à Justiça.

“É imprescindível voltarmo-nos ao que é básico”, afirmou. “Estamos diante da revolução da tecnologia e da ciência, mas, se as cabeças cibernéticas na colmeia digital do mundo contemporâneo andam perto das nuvens, nossos pés caminham como seres humanos rentes ao chão — onde as pessoas têm carne e osso, têm necessidades, e onde se realiza a verdadeira humanidade”.

No diálogo com os magistrados, o presidente do STF defendeu o direito legítimo de trabalho dos juízes e juízas, com autonomia e independência, mas também com segurança. “Precisamos ter condições sempre, não apenas nos grandes centros, mas nos rincões mais longínquos. Por isso, estamos preocupados com as organizações criminosas e os efeitos nefastos da baixa segurança pública no Brasil, que afeta toda a população brasileira e também a magistratura”.

O ministro falou sobre a alta litigiosidade do Poder Judiciário, com mais de 80 milhões de processos, como um desafio. “Não trago respostas prontas ou pré-fabricadas. Trago muita disposição de trabalho, minha dedicação integral, todas as horas e minutos do dia, para ouvir, dialogar, tomar as decisões corretas”, afirmou.

Acolhimento

Como parte de sua agenda em Foz do Iguaçu, o ministro Fachin visitou o programa de acolhimento familiar desenvolvido pela Associação Fraternidade Aliança (AFA) para crianças e jovens afastados de suas famílias por medidas protetivas determinadas judicialmente. Em seu primeiro compromisso fora do Tribunal desde que assumiu a Presidência, Fachin disse que a infância será prioridade na gestão do CNJ nos próximos anos.

Para o ministro, o número de famílias acolhedoras no Brasil ainda é pequeno, mesmo passados 35 anos da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que colocou a infância e a juventude como centro das políticas públicas no país.

Acompanhado de autoridades locais e dos dirigentes da AFA, o ministro ouviu depoimentos de famílias acolhedoras, assistiu a apresentações musicais e teatrais realizadas pelas crianças e jovens atendidos pelo projeto e recebeu homenagens.

Fonte. https://noticias.stf.jus.br/postsnoticias/em-palestra-a-magistrados-presidente-do-stf-fala-da-importancia-dos-juizes-para-a-sociedade-brasileira/